Quel plaisir de renouer avec mes lectures en portugais du Brésil. Cette auteure, invitée du prochain Salon du Livre de Paris, m'a bluffé par sa fraîcheur et son langage sans freins.
Les phrases semblent naturelles, lisses, simples, elles s'adressent à tous mais pourraient tout aussi bien être couchées dans un journal intime condamné à rester dans les tiroirs...
Sa désinvolture à percer la sensibilité, les doutes et les questions de femmes contemporaines font de ce roman un délicieux moment d'intimité.
Commenter  J’apprécie         80
Javier, pour que voce é assim?, disse, esperando uma resposta, uma explicaçao, qualquer explicaçao, qualquer coisa como, soui assim porque sofri um trauma quando criança, ou sou assim porque sofro de uma degeneraçao genética, ou sou assim porque os meus sentimentos, minhas expectativas, meus medos, ou que pelos menos me virasse, a encarasse por alguns instantes e entao, surpreso, perguntasse, assim como?, para que ela pudesse completar, os olhos perdidos em algum ponto acima do meu rosto, assim, Javier, assim tao, tao, e ficaria pensando alguns segundos no adjetivo mais apropriado. Mas eu nao digo nada, nao pergunto assim como, nem invento nada sobre medos ou traumas. La fora, as nuvens cada vez mais distantes.